Tratamentos em 3D viram moda no mundo da estética.

No embalo do cinema 3D apareceram os tratamentos de beleza tridimensionais. Nada mais natural, afinal não vivemos em uma tela plana e chapada: temos detalhes que podem ser melhorados em todas as dimensões, numa vida que acontece em full HD. Liftings para o rosto, colorações para os cabelos e sobrancelhas e remodelação dos dentes, tudo em 3D.

O dermatologista Daniel Coimbra, da clínica Les Peaux, em Ipanema, consegue aliviar rugas, minimizar olheiras e até empinar o nariz usando o método de lifting 3D. A técnica não invasiva não deixa cicatriz, não precisa de repouso ou anestesia e demora menos de meia hora. A intenção é repor com ácido hialurônico o que o rosto perdeu – gordura e massa óssea – em seis principais regiões (como na imagem abaixo) podendo chegar a dez de acordo com a necessidade de cada paciente.

Na ilustração, o mapeamento das seis principais regiões do rosto onde é aplicado o método de lifting 3D.

Mapeamento das seis principais regiões do rosto onde é aplicado o método de lifting 3D.

“A pele flácida só reflete a perda profunda de volume, que faz com que a pessoa junte a face ao pescoço, perdendo o contorno”, explica Daniel, e continua. “Começo da zona abaixo do olho (em verde, na ilustração), onde ficam as olheiras, depois sigo em espiral (amarela, vermelha, azul, roxa e laranja). A área ao redor da boca (em vermelho), que forma a chamada bochecha de Bulldog, mostra bem a perda de gordura e de osso, e que aparece muito em atletas e corredores”.

O preenchimento é feito com ácido hialurônico, um componente produzido pelo corpo humano que “une” as células, e por isso sustenta, hidrata, dá volume e elasticidade à pele. A ruga nasce porque com a idade a produção do ácido diminui drasticamente (aos 80 anos, a pessoa já perdeu 80% da produção de ácido hialurônico). “Aquela pele de bebê deliciosa tem muito do ácido hialurônico para ser daquele jeito. Por isso, a reposição da substância (que é líquida e viscosa) em forma sintética (que dura anos, enquanto a natural apenas dois dias) nos pontos certos deixa um efeito ultra-natural. Usado com cuidado, não modifica o formato original da face. A ideia não é esticar”, sustenta o dermatologista.

Escultura facial para uma vida em 360 graus

Por causa dessa atuação 360°, muitos atores e apresentadores que são perseguidos por câmeras de todos os lados, sem poder lançar o clássico “meu melhor ângulo é o lado tal”, fazem fila para ser atendidos por Daniel. “O tratamento atua tanto na frente quanto nas áreas laterais”, diz Daniel, que já usou a técnica em pessoas dos 20 aos 93 anos, e tem uma coleção impressionante de antes e depois. “Esses profissionais não ficam parados como em uma foto 2D, eles se movimentam, mostram todos os ângulos da face”.

Além de precisar de uma habilidade de escultor, o dermatologista ainda usa toques delicados, o que faz o tratamento ser praticamente indolor. “Desde o fim do ano passado conseguimos atuar com uma agulha mais fina do que a de insulina, quase como a de acupuntura”, conta o dermatologista, que também é speaker internacional da Allergan, empresa que fabrica o Botox (toxina botulínica) e o Voluma (ácido hialurônico). A aplicação é rápida, dura meia hora, deixando no máximo um inchaço no local. O resultado aparece em 30 dias e tem duração de até dois anos.

Resultados imediatos sem cortes e sem dor

Apesar das praticidades do tratamento, Daniel alerta, “só reponho o que o rosto perdeu. Não exagero. Digo não para muitas pessoas. Acho que menos é mais”. O resultado fica ainda mais perfeito para quem amplia os cuidados até o pescoço. Nesta área, Daniel busca relaxar os músculos, que muitas vezes ficam tensionados e, por isso, formam papadas, puxando as bochechas para baixo. Ele aplica, então, a toxina botulínica (Botox) para dar uma paralisada no músculo e fazer com que ele não seja um parceiro da gravidade no movimento de despencar a pele da face. “O pescoço tem uma grande influência na face. Precisa ter cuidado com ele também”, avisa Daniel.

Enquanto o dermatologista comenta os sucessos do tratamento, ele deixa escapar um novo estudo: o lifting 4D, que visa melhorar a hidratação da pele, o toque, mas comenta que ainda é muito cedo para mais detalhes.

(Matéria publicada no caderno Ela, Jornal O Globo)

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