Sachês, cápsulas, shots e gomas repletas de ativos, vitaminas e minerais são o passaporte da vez para a beleza e o bem-estar.
É comum ouvir a frase “a beleza vem de dentro”. A afirmação, que tem relação direta com as intenções e características comportamentais de uma pessoa, entretanto, ganha outro sentido no mercado cosmético atual. A vertente dos dermocosméticos “in” – ou seja, para serem ingeridos – ganha força entre aqueles que querem seguir o caminho da prevenção e de resultados sistêmicos. Segundo a pesquisa Foreo Trends, o mercado global de nutricosméticos foi avaliado em 6,3 bilhões de dólares em 2019 e deve chegar a 8,3 bilhões de dólares em 2027. Os motivos? Para o consumidor, a beleza passa a ser intrinsecamente relacionada à saúde. Ingeri-la, portanto, virou um passo comum.
Dentro desse caminho, houve a popularização de um ativo já bastante conhecido por ser aplicado à pele: o ácido hialurônico. “Essa substância, produzida naturalmente em nosso organismo, tem um grande papel na manutenção da saúde da pele, dos olhos e das articulações. Com o passar dos anos, sua produção diminui e a reposição passa a ser uma forma de skincare, por trazer mais hidratação e elasticidade, diminuindo os sinais de envelhecimento cutâneo”, diz a dermatologista Adriana Cairo.
Segundo a especialista, pacientes que receberam ácido hialurônico oral apresentaram uma diminuição significativa da profundidade média da rugosidade máxima em comparação ao grupo que recebeu placebo, após oito semanas de uso. A utilização desse suplemento não ocasiona efeitos colaterais nem contraindicações. Entretanto, nutricosméticos à base de soro de leite podem piorar casos de acne. O uso exacerbado de vitaminas também pode ser um problema para a saúde, desencadeando vômitos, fraqueza, desidratação e até quadro agudo de insuficiência renal, no caso da vitamina D.
Sobre o colágeno, os estudos científicos ainda são controversos. “Opto por prescrever a suplementação com colágeno e antioxidantes quando o paciente estiver em algum tratamento dermatológico, como o laser”, avalia o dermatologista Igor Manhães. Na dúvida, antes de embarcar nessa tendência, um profissional da área da saúde deve ser consultado.
Com a ciência ainda pesquisando e validando resultados sobre o uso equilibrado e diário dos nutracêuticos, lojas virtuais e farmácias já estão com as prateleiras bem movimentadas. O bem-estar mental e até sexual também entram nessa dança.
Fonte: L’Officiel Brasil