Les Peaux na mídia | Women’s Health: A liberação miofascial

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Edição 106 – Julho 2018

No último ano, o universo fitness voltou as atenções para o relaxamento dos músculos utilizando rolos de espumas

No Instagram, centenas de posts de influenciadoras ensinando a utilizar o acessório dominaram o feed, as marcas investiram em lançamentos para isso e até algumas academias já ofereceram uma aula especifica para a técnica. Mas, no final, no que ela consiste?

A liberação miofascial tem o objetivo de aplicar uma pressão profunda em alguns pontos do corpo, liberando a tensão da fáscia que, por sua vez, é o conjunto de tecido, nervos e vasos sanguíneos que envolvem cada um dos nossos músculos. “Ela é uma extensa rede biológica que envolve os músculos e órgãos como se fosse uma “capa”, sustentando, dando forma a todas as estruturas do nosso corpo e criando condições para que cada parte do organismo funcione de maneira adequada”, explica o gerente nacional da rede de academia Bodytech, Daniel Guimarães. “Nela passam estruturas relevantes como vasos, células e terminações nervosas com função até mesmo de secretar hormônios importantes para o funcionamento dos nossos órgãos”, conta ele.
No seu estado natural, ela é maleável, mas, quando sofre lesões ou estresse por má postura, excesso de exercícios ou sedentarismo, ela fica rígida, segunda Betina Stefanello, dermatologista da cidade do Rio de Janeiro. “Até mesmo os desgastes emocionais podem afetar esse tecido”, completa. E, quando a fáscia está inibida, surgem transtornos de saúde, como dores crônicas, fibromialgia, desvios posturais e problemas circulatórios.
É para evitar essas consequências que entra a técnica de liberação miofascial, um alongamento que solta as tensões e realinha o corpo. “Por meio dela, acontece uma reorganização estrutural, deixando a fáscia na densidade adequada e permitindo que os tecidos tenham flexibilidade”, diz Daniel. O coordenador do Comitê de dor e Movimento da sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), Heráclito Gurgel, explica que isso acontece porque essa técnica resgata as propriedades viscoelásticas e tixotrópicas de fáscia, ou seja, favorece a saúde e função das estruturas do movimento.

LIBERANDO A FÁSCIA

A liberação miofascial é alcançada quando pressionamos os pontos-gatilho, para que haja maior liberdade entre o músculo e a fáscia. Eles são pontos hipersensíveis de dor com nódulos palpáveis presentes na extensão muscular e se encontram em bandas tensas, que são grupos de fibras musculares contraídas ao longo do músculo. “Esses pontos acumulam toxinas e prejudicam o funcionamento do sistema musculoesquelético, alterando a coordenação a flexibilidade e a força”, diz Betina.
“Como a fáscia é um sistema integrador, quando existem falhas nela, provavelmente haverá consequências em alguma parte do corpo. Devemos treiná-la, assim como se treina força ou flexibilidade, pois quanto mais saudável ela estiver, mais sadio seu corpo estará”, completa Daniel, que conta que a prática pode ser realizada antes ou depois do treino. “Quando feita antes, ela prepara o indivíduo para a prática de qualquer atividade física e aumenta a elasticidade do tecido para que não se rompa durante o movimento. “Já nos pós-treino, ela tem a função de recuperação, diminuindo a dor muscular, as torções e os encurtamentos, prevenindo os pontos de tensão. Normalmente, o procedimento pode ser realizado sem restrições. No entanto Betina aponta casos em que se deve consultar um profissional da saúde capacitado antes: “Indivíduos com problemas circulatórios ou inchaço, hipersensibilidade à dor ou condições de dor crônica, que fazem uso de medicamentos anticoagulantes ou quando há lesões musculares ou ósseas. Também é bom evitar a técnica em regiões recentemente feridas ou com hematoma e em gestantes no primeiro trimestre”.

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