Falha na sobrancelha pode ser sintoma de doenças, incluindo DST: quando desconfiar?

Imagem: Portal Vix

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Um pelo da sobrancelha cai, depois dois, três… De repente uma falha na sobrancelha anormal aparece nessa região do olho. Devo me preocupar?

A queda de pelos das sobrancelhas pode não ser à toa. Segundo dermatologistas entrevistadas pelo VIX, esse sinal pode indicar que alguns problemas de saúde estão ocorrendo no corpo. Explicamos quais e por quê:

Como todos os pelos do corpo, os que compõem a sobrancelha também nascem e, em determinado momento, caem para serem repostos por outros mais novos. Entretanto, o ritmo de queda normal e saudável não deixa falhas perceptíveis.

Quando as falhas no contorno da sobrancelha passam a ser notadas, esse sinal pode indicar que a saúde dermatológica ou mesmo de outra ordem do corpo da pessoa está debilitada. São oito as doenças que podem ser denunciadas por este sintoma:

· hipotiroidismo
· lúpus
· herpes zoster
· desnutrição
· estresse
· sífilis
· alopecia areata
· alopecia frontal fibrosante

Por que doenças levam à falha na sobrancelha?

Segundo Betina Stefanello, médica da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a queda dos pelos da sobrancelha acontece pelo fato de todas essas doenças serem de ordem inflamatória. “Consequentemente, elas acabam atacando o folículo do pelo da sobrancelha”, explica a dermatologista.

Dentre as doenças citadas, as mais comuns de fazerem os pelos das sobrancelhas apresentarem falhas são a alopecia areata ou a alopecia frontal fibrosante – doenças dermatológicas que promovem a queda repentina de todos os fios e pelos do corpo, com a diferença de que a segunda leva à fibrose do tecido cutâneo.

Como saber se a falha na sobrancelha é doença?

Pelo exame da sobrancelha, que consiste em uma observação clínica da região e das características presentes a olho nu e com o auxílio de um dermatoscópio, é possível verificar várias doenças dermatológicas, segundo Tatiana Gabbi, da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

“Desde doenças de pele, que infiltram a pele da sobrancelha e causam a queda dos pelos – como é o caso da hanseníase – até o lúpus, quando atinge a sobrancelha”, diz Tatiana.

Porém, quando a sobrancelha começa a cair, é importante analisar todos os pelos do corpo e do couro cabeludo para ver se os mesmos sinais de queda também existem em outras regiões.

“Se houver outras áreas acometidas pela queda de pelo, a biópsia pode ser feita nelas. A gente sempre prefere biopsiar o lugar que deixa menos marca e a gente sabe que a sobrancelha é no meio do rosto, e se houver uma alteração parecida no couro cabeludo ou em alguma outra região que tenha pelo do corpo, é preferencial, porque não vai ter a marca tão aparente.”

É importante também atentar-se a outros sintomas manifestados pelo corpo, já que, exceto no caso das alopecias, dificilmente a queda de pelos será a única alteração. Mudanças no padrão de sono, cansaço e fraqueza, alteração de peso sem razão aparente, feridas genitais – no caso da sífilis – e lesões de pele – no caso do herpes zoster e do lúpus – e mudanças de humor são alguns (mas não os únicos) sinais importantes que merecem atenção.

Como tratar?

O tratamento neste caso mira a doença em si, não apenas a queda de pelos. Dependendo de qual for, é possível reverter o quadro.

Stefanello explica que o tratamento, geralmente, envolve o uso de medicamentos via oral, combinado a cremes tópicos no local, para diminuir a inflamação e fazer crescer os pelos.

Entretanto, há casos, como a alopecia frontal fibrosante, em que o tratamento não envolve reversão do quadro, mas estacioná-lo antes que ele aumente.

“A alopecia areata é um caso que é possível tratar com um bom resultado. Já na frontal fibrosante, a gente não consegue reverter o quadro. Trata-se de uma doença evolutiva: uma vez que a pessoa tem, em alguns casos conseguimos estacioná-la, em outros, não. Nessa doença, as quedas de cabelo começam nas sobrancelhas, e depois o recesso vai para o couro cabeludo (na orla). A pessoa vai ficando com a testa mais larga e o implante do cabelo, cada vez mais para trás. Mas não há reversão do quadro por ela ser uma alopecia cicatricial”, diz.

MARIA BEATRIZ MELERO – 4/07/2019

Fonte: https://www.vix.com

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