Melasmas são manchas escuras na pele, mais comum no rosto, braços e colo, que afetam mais frequentemente as mulheres. Não há uma causa definida, mas muitas vezes esta condição está relacionada ao uso de anticoncepcionais, gravidez, predisposição e principalmente à exposição solar.
Mulheres com melasma experimentam uma piora significativa no verão. Nesta época do ano é muito frequente relatos de pacientes sobre uma piora no quadro mesmo longe do sol. Pois é, o melasma é traiçoeiro e piora mesmo à sombra, pois está sujeito a vários estímulos além do sol, como o calor, estresse, hormônios, remédios e irritações locais. O exato mecanismo que favorece o aparecimento destas manchas ainda não está totalmente esclarecido, mas os cuidados para minimizá-las e corrigi-las tem avançado rapidamente com ótimos resultados.
A grande vilã, responsável pelo escurecimento da pele, é uma célula bastante sofisticada e complexa chamada melanócito. Esta célula tem origem no sistema nervoso central e durante o período fetal, migra até a pele onde se localiza numa camada intermediária entre a epiderme e a derme. Essa célula parece um polvo e possui vários receptores, que recebem estímulos de todas as fontes do organismo. Por esse motivo, o estresse pode piorar a mancha, uma vez que provoca o aumento do cortisol, um hormônio que favorece a produção de melanina.
A melanina é uma proteína que se espalha na superfície da nossa pele, contribuindo para nossa cor e funcionando como uma proteção às agressões externas, como por exemplo, a radiação ultravioletas. Sendo um mecanismo protetor, a produção de melanina é aumentada por agressões como queimadura solar, peelings agressivos, depilação com cera, ácidos, entre outros. Por esse motivo, é importante que o tratamento para o melasma não irrite a pele, pois, caso isso ocorra, haverá mais produção de pigmento e a mancha poderá ficar ainda mais escura.
A pele mais propensa ao melasma é a morena e a miscigenada, onde os melanócitos são mais competentes e ativos. Considerando as características dessa célula, muito reativa aos mais variados estímulos, valem alguns conselhos para evitar o aparecimento do melasma ou, em caso de melasma já existente, tratá-lo e impedir o seu avanço:
– Proteger a pele com filtro solar, de preferência físico, com numeração alta e com cor.
O filtro físico reflete a luz e a cor bloqueia a luz visível – computador, luzes artificiais, etc.
– O filtro deve ser repetido várias vezes ao dia, principalmente se houver trabalho ao ar livre.
– O tratamento com cremes para melasma deve ser prescrito pelo dermatologista e, de preferência, não deve irritar, arder ou descamar a pele, fatores que podem causar efeito rebote e piorar a mancha.
– Tratamentos como depilação da face ou esfoliações devem ter acompanhamento médico.
– O tratamento complementar com laser deve ser específico e pouco agressivo. O laser mais indicado é aquele onde a energia é baixa e o pulso é curto (Q-Switched), para que o calor liberado não piore a mancha.
– O laser de CO2 e o microagulhamento têm sido indicados para a realização de “drug delivery” com ótimos resultados para o tratamento do Melasma. O “drug delivery” nada mais é que a aplicação de substâncias nas camadas mais profundas da pele através de pequeníssimos lesões sobre ela.
– Peelings associados ainda mantêm seu lugar consagrado entre os tratamentos mais eficazes.
– Lembre-se que a melhora do melasma tem a ver com o todo, o que significa estar saudável, alimentar-se bem e diminuir o estresse.
– “Protetores solares” em cápsula, como o polypodium leucotomos e o ácido tranexâmico, podem ser ingeridas e ajudam a proteger a pele. Ultimamente, essas substâncias vêm sendo muito estudadas e demonstram resultados científicos favoráveis no controle do melasma. No entanto, elas devem ser prescritas por um dermatologista que conhece o seu mecanismo e pode indicar doses corretas ou evitá-las em caso de contraindicações específicas.
Fonte:
Sociedade brasileira de dermatologia – SBD – http://goo.gl/OSbpsg
Blog Dra. Denise Steiner – http://goo.gl/6lt4NB