Dermatologia Desportiva: o desgaste da pele provocado pela alta performance esportiva.

Em período olímpico, o maior temos dos atletas e equipes técnicas é a saraivada de lesões em função do desgaste muscular. No entanto, problemas dermatológicos causados pelo desgaste físico também são recorrentes e perigosos.

Em período olímpico, o maior temor dos atletas e equipes técnicas é a saraivada de lesões em função do desgaste muscular. No entanto, problemas dermatológicos causados pelo desgaste físico também são recorrentes, perigosos e silenciosos.

Durante todo o período olímpico ouvimos depoimentos dos atletas na tevê sobre o quão intenso pode ser um treinamento e a assustadora coleção de lesões musculares e ósseas acumuladas ao longo dos anos por amor ao esporte. Mas esses problemas não são os únicos na rotina dos heróis olímpicos, algumas doenças dermatológicas relacionadas à prática de esportes também são comuns e tão sérias que em alguns casos podem afetar o seu desempenho. Confira!

Equipamento compartilhado

Equipamentos compartilhados em Centros de Treinamentos preocupam as equipes técnicas porque a concentração de bactérias e vírus que podem ser transmitidos por contágio direto com a superfície é inúmera e podem causar graves infecções. Os atletas são pessoas mais propensas a algumas infecções porque a transpiração intensa diminui a resistência de barreira cutânea, ou manto hidrolipídico, formado de água e gordura.

O uso de roupas sintéticas e assessórios de treino também preocupam as equipes técnicas. A pele abafada por longas horas cria bolsões de calor e umidade que favorecem a proliferação de micro-organismos, como fungos, causadores de micoses com lesões descamativas pelo corpo onde o principal sintoma é a coceira. Junte a isso o fato de que os atletas geralmente apresentam pequenos ferimentos na pele, o que facilita a penetração desses micro-organismos e pode comprometer todo o organismo.

Bactérias podem causar Foliculite e Impetigo. O Impetigo apresenta-se como pequenas feridas de crostas amareladas. São bastante contagiosas e podem ser transmitidas no corpo-a-corpo esportivo.

A Foliculite é outro tipo de infecção, que apresenta lesões semelhantes às espinhas, que podem atingir qualquer região do corpo. Não raros, existem relatos de foliculite transmitida através de banheira de hidromassagem, utilizada para a reabilitação de atletas, que aparecem cerca de 2 a 3 dias após o contágio e são como bolinhas na pele, de cor vermelha ou amareladas.

Herpes Simples

O contato direto com a pele nos esportes de contato, como judô, Jiu-jitsu entre outros, pode ser uma porta aberta para a infecção do vírus do Herpes Simples. Esse vírus desencadeia o aparecimento de pequenas vesículas, dolorosas, geralmente ao redor dos lábios, mas podem aparecer em qualquer região do corpo. O contágio pode ocorrer desde o início das manifestações, até 4 a 7 dias mesmo após o início do tratamento.

Recomenda-se que no caso de qualquer infecção cutânea, o atleta seja mantido afastado de treinos coletivos.

Bolhas e escoriações 

Com a fricção resultante da prática de esportes, ou uso de equipamentos, vários atletas apresentam bolhas na pele. Calçados inadequado facilitam o aparecimento de bolhas nos pés, que afetam o rendimento do esportista. Lubrificantes de pele, calçados e meias apropriados reduzem o risco destas lesões.

O atrito da roupa com as axilas, durante corridas longas, pode traumatizar as axilas ou outras áreas do tronco ou quadril. A prevenção pode ser feita com vaselina aplicada na região, e uso de roupas macias e leves. O uso de curativos adesivos também ajuda a reduzir o atrito.

Escoriações também podem ser o resultado do atrito com equipamento desportivo, como máscara submarinas, touca de natação, luvas, óculos, etc.

Não podemos esquecer que os equipamentos podem desencadear quadros de alergia também. Nesse caso devemos substituir o tipo de material que vai estar em contato com a pele.

Acne Mecânica

Este tipo de lesão é o resultado da fricção, oclusão, pressão e calor na pele. Sempre aparece em áreas mais protegidas e abafadas, como os ombros nos praticantes de hockey, ou joelheiras e caneleiras. Para amenizar o problema utilizamos produtos que descamem suavemente a pele, à base de ácido salicílico ou uréia .

Envelhecimento precoce e câncer de pele

O envelhecimento rápido da pele talvez seja o maior problema relatado por esportistas e talvez o único com maior possibilidade de ser percebido pelo público que acompanha as competições. Entre uma edição olímpica e outra é comum atletas de vela, remo e outras modalidades aquáticas apresentarem excesso de rugas e marcas de expressão causadas pela exposição ao sol. No longo prazo, além de intensificar o envelhecimento, essa exposição irresponsável aumenta muito o risco de câncer de pele.

É primordial o uso de protetor solar com fator de proteção a partir de 30 e roupas com a maior parte da pele coberta, desde que não prejudique a mobilidade. No entanto, em recente pesquisa realizada pelo COI, mais de 35% dos atletas que praticam esportes ao ar livre confessou esquecer o filtro ou não usá-lo por não achar necessário.

Praticar esportes deve ser um caminho para o condicionamento e o bem-estar, mas deve ser responsável e consciente a fim de evitar prejuízos ao corpo e a saúde em geral. Consulte um dermatologista, reconhecido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, e tire todas as suas dúvidas sobre este tema.

Fonte:

Esporte com Saúde – http://goo.gl/RKfC6h

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