Cerca de 40% das doenças de pele estão relacionadas a problemas psicológicos.

Existem muitas doenças exacerbadas pelo estresse. As doença de pele são as mais recorrentes. Desta forma, especialistas sugerem um maior controle do estresse através da prática de atividades prazeirosas, exercícios físicos, sono de qualidade e boa alimentação. Fora este aspecto não há como se prevenir.

Existem muitas doenças exacerbadas pelo estresse. As doença de pele são as mais recorrentes. Desta forma, especialistas sugerem um maior controle do estresse através da prática de atividades prazerosas, exercícios físicos, sono de qualidade e boa alimentação. Fora estes aspectos não há como se prevenir.

Sabe aquela alergia que surge pouco antes de uma prova importante? Ou a queda de cabelo excessiva sem motivo aparente? Para a pesquisadora brasileira e professora do Departamento de Dermatologia e Cirurgia Cutânea e de Psiquiatria e Ciência Comportamental da Universidade de Miami (EUA), Katlein França, por trás de muitos desses problemas de pele estão fatores psicológicos. Assim como o avanço dessas doenças dermatológicas, principalmente as mais aparentes, também trazem danos à mente. Ou seja, é como se fosse um ciclo vicioso.

Esta conexão da pele e da mente é tema de pesquisa de Katlein, que foi eleita recentemente presidente da Association for Psychoneurocutaneous Medicine of North America, associação dedicada em promover a conscientização da relação e interação entre a pele e o cérebro e o papel da psiconeuroimunologia.

Para que não reste dúvida sobre o papel desta recente ramificação da ciência, a Medicina Psiconeurocutânea é uma área que cruza a dermatologia, a psiquiatria, a psicologia e a neurologia e tem como objeto de estudo a conexão entre a pele e o sistema nervoso. Entre os diversos temas estudados pela psicodermatologia podemos destacar o impacto psicológico e social causado por doenças cutâneas, os efeitos do estresse sobre a pele, a correlação de doenças dermatológicas e psiquiátricas, entre outros.

Segundo a pesquisadora, pacientes com determinadas doenças dermatológicas têm grande sofrimento psicológico devido a descaracterização da pele, maior órgão do corpo humano e o único visível. Qualquer doença que afete essa estrutura atinge em cheio a autoestima do paciente provocando ansiedade e depressão, frutos da negação, desprezo e discriminação por parte da sociedade. Para melhor assistir a esses pacientes, a pesquisadora desenvolveu estudos importantes nessa área e atualmente participa de congressos onde é palestrante de assuntos que envolvam a psicodermatologia.

A influência da mente sobre a pele

A pele e o sistema nervoso têm a mesma origem embriológica: os dois se originam na ectoderme. Devido ao fato de compartilharem a mesma formação, exercem influência mútua. A pele é um órgão extremamente reativo às emoções. Por ser um órgão acessível (ao alcance das mãos, por exemplo), algumas pessoas podem manifestar impulsos agressivos ou autodestrutivos na pele, causando lesões. Além disso, diversos estudos científicos mostram o estresse como fator de exacerbação de algumas doenças como a psoríase, acne e queda de cabelo. E a própria doença de pele pode então causar estresse no paciente. Isso forma um ciclo vicioso.

Da mesma forma que existem doenças dermatológicas que causam problemas psicológicos e psiquiátricos, existem doenças psiquiátricas que causam problemas na pele. Como exemplo do primeiro grupo, a doença cutânea mais comum é a acne, que acomete principalmente os jovens em formação física e psicológica. Dependendo da gravidade das lesões, isso pode causar estigma, isolamento social e depressão. Como exemplo de doenças psiquiátricas que causam problemas na pele, podemos citar a tricotilomania, uma doença que causa um desejo incontrolável de arrancar os próprios cabelos. Os pacientes com essa patologia sofrem muito psicologicamente devido a ansiedade pelo fato de não conseguirem controlar esses impulsos.

Tratamento

O tratamento dermatológico de diversas doenças tais como psoríase, vitiligo e dermatite atópica realizado com o acompanhamento psicológico ou psiquiátrico tem se mostrado muito mais eficaz. Inclusive, alguns hospitais em diversos países já contam com equipes multidisciplinares que trabalham em conjunto. Pesquisas respeitáveis foram realizadas comprovando maior eficiência no tratamento com esse modelo.

Outro avanço na ciência, ainda em fase de estudos, é o uso da toxina botulínica, o mesmo produto usado de forma injetável para atenuar rugas e marcas de expressão no rosto, para tratamento complementar de pacientes com depressão. O tratamento ainda não foi aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA) – órgão do governo dos Estados Unidos que controla alimentos e medicamentos – mas tem se mostrado seguro e eficaz em diversos estudos.

Hora de trabalhar em equipe

Qualquer paciente com uma doença cutânea que esteja sofrendo psicologicamente é um potencial candidato a receber tratamento psicodermatológico. Para um diagnóstico mais preciso seria interessante que os dermatologistas saíssem das universidades capacitados para perceberem além das lesões físicas, já que em muitos casos os pacientes também apresentam conflitos psicológicos.

Não há uma estatística precisa sobre isso. Entretanto, estudos demonstram que entre 30% e 60% desses pacientes apresentam desordens psiquiátricas. De acordo com um relatório publicado pela Sociedade de Psicodermatologia do Reino Unido, 85% dos pacientes com doenças de pele consideram que os aspectos psicossociais são os principais desencadeadores das suas doenças.

Prevenção

De uma maneira geral existem muitas doenças exacerbadas pelo estresse. Assim sendo, especialistas sugerem um maior controle do estresse através da realização de atividades físicas, qualidade de sono e alimentação balanceada, ou seja, buscar o equilíbrio das atividades a fim de obter bem-estar. Fora este aspecto não existe prevenção.

Fonte:
Diário Catarinense – http://goo.gl/vIvNaX

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