As tatuagens, ainda nos primórdios da humanidade, existiam como forma de classificar desde a origem de um indivíduo, até sua hierarquia no contexto social. De lá para cá, apesar de ainda termos conhecimento de alguns povos, entre África e Ásia, que ainda as utiliza como símbolo de poder e de nobreza, o resto do ocidente deu novo sentido às tatuagens. Elas se tornaram importante adorno corporal e ferramenta de sedução na era do culto ao corpo. Nos guetos, as tatuagens funcionam como códigos de pertencimento e geralmente são exibidas como forma de impor respeito aos ideais e atitudes do grupo ou do indivíduo. Estima-se que, atualmente, 1/3 da humanidade, cerca de 2,4 bilhões de pessoas, tenha alguma tatuagem, seja qual for o ideal.
Do ponto de vista da saúde, não existe nada que comprove que uma tatuagem bem executada, feita em local apropriado, seja nociva à saúde. Problemas como dermatites de contato e queloides são as únicas causas documentadas relacionadas à prática das tatoos, mesmo assim com baixos índices de reclamação.
O dermatologista Daniel Coimbra, médico da clínica Les Peaux, no Rio, refere quanto às tatuagens, “não desaconselho àqueles que querem tatuar o corpo, mas sugiro que sejam cautelosos e sigam as orientações quanto a segurança para evitar riscos à pele e a saúde”, enfatiza.
MITOS E VERDADES SOBRE AS TATUAGENS.
MATERIAL DESCARTÁVEL:
Todo material tem que ser descartável para evitar risco de infecções pelo contato com resquícios de sangue, o que pode acontecer mesmo se for esterilizada. A transmissão do HIV e hepatite, por exemplo, são mais comuns em tatuagens feita em prisões ou em locais sem cuidados e higiene necessários.
DOAÇÃO DE SANGUE:
Doações ou transfusões de sangue são sugeridas após um ano da realização da tatuagem, e não tem nada a ver com a tinta, e sim porque este é o tempo suficiente para um teste revelar se houve contaminação por algum tipo de vírus.
TATUAGEM DE HENNA:
Esse tipo de procedimento pode causar dermatite de contato, uma espécie de alergia ao contato da pele com algum produto com potencial alergênico, como a tintura a base de henna. Mas isso acontece em pessoas potencialmente alérgicas, como as portadoras de dermatite atópica (lesões na pele com coceira).
QUELOIDES:
O queloide é uma cicatriz imperfeita, geralmente com aspecto inchado, róseo e endurecido, que pode causar coceira e dor. Como a tatuagem pode propiciar um aumento do processo inflamatório da pele, intervenções no local do desenho, como pancadas, aumentam a chance de má cicatrização e a formação de queloides. Inclusive, deve-se evitar retirar as casquinhas que se formam neste período a fim de manter a integridade da superfície da pele.
EXPOSIÇÃO AO SOL:
Quem tem tatuagem não precisa deixar de ir à praia, por exemplo, mas deve evitar a exposição ao sol nos primeiros 60 dias para evitar inflamação e a despigmentação. Após as primeiras semanas, usar sempre bloqueador solar no local.
HIDRATAÇÃO:
Usar creme hidratante na cicatriz ajuda a acelerar o processo de cicatrização.
DIABETES E TATUAGEM:
Diabéticos não estão proibidos de fazer tatuagem desde que estejam com a glicemia totalmente controlada. Entretanto, é preciso evitar tatuagens em locais da pele em que normalmente são aplicadas as injeções de insulina. Vale ressaltar que o diabético corre mais risco de sofrer infecções, então é melhor que haja orientação médica.
SERÁ QUE VAI DOER?
Vai, com certeza! Áreas de maior enervação ou vascularizadas, como mucosas, rosto e extremidades, causam mais dor. Mas, geralmente o processo já é doloroso porque a prática consiste em lesar a pele insistentemente para aplicar o pigmento no seu interior.
ARREPENDIMENTO:
Por mais que existam novas tecnologias que permitem apagar tatuagens, dependendo da extensão do desenho e da profundidade do pigmento, pode ser quase impossível apagá-lo sem deixar resquícios. É bom pensar bem antes para não se arrepender depois!
Pronto, agora é a sua vez de decidir! Depois deste artigo as suas dúvidas principais já não existem mais e fica mais fácil decidir se sai ou não a primeira, segunda ou quinta tatuagem. Discretas ou muito expressivas, o hábito de marcar a pele não deixa a menor dúvida que acompanhará a humanidade até o fim dos tempos.
Fontes:
– UOL – Notícias – http://goo.gl/S7xq6u
– ObaOba.com – http://goo.gl/sVUJHD
– Brasil Escola – http://goo.gl/194jYQ