Não é de hoje que a procura por ômega 3 vem crescendo entre os brasileiros, seja por indicação médica, de amigos ou midiática. Não é para menos, a substância também chamada de Ácido Graxo Essencial, que não é produzida pelo corpo e precisa ser consumido através de alimentação ou suplementação, vem sendo fonte de pesquisa há décadas e a cada nova descoberta, uma “camada de verniz” sobre o assunto.
Entre as benesses mais conhecidas do Ômega 3 está a redução dos níveis de triglicérides e colesterol ruim. A presença deste ácido graxo modifica a composição química do sangue
provocando o aumento dos níveis do HDL (colesterol bom) e a diminuição dos níveis de LDL (colesterol ruim). O LDL, quando em excesso, pode provocar o entupimento das artérias levando o indivíduo a doenças cardiovasculares, como hipertensão, infarto e até derrame cerebral. A Sinvastatina, um dos medicamentos mais utilizados para a redução do colesterol, vem sendo substituída cada vez mais pelo Ômega 3, que antes era indicado apenas como terapia complementar (fitoterápico), por ter os mesmos efeitos benéficos da droga e nenhum efeito colateral ao organismo.
Muito além do colesterol
A cada novo resultado nas pesquisas, o Ômega 3 cresce no conceito médico e na preferência popular. Além do controle do colesterol, este ácido graxo essencial participa do processo funcional de vários outros órgãos e não são apenas utilizados para o tratamento de algumas disfunções como também na prevenção de muitas doenças.
Olhos:
O Ômega 3 participa diretamente no recobrimento da retina, parte dos olhos que tem como papel principal transformar o estímulo luminoso em visão. A degeneração da mácula, parte da retina responsável pela percepção de detalhes, é prevenida graça ao consumo de ômega 3.
Cérebro:
O ômega 3 age na formação da bainha de mielina, um componente dos neurônios. Assim, ocorre a melhora do desempenho cognitivo, da atividade cerebral e comunicação entre as células do cérebro. O ácido graxo também conta com efeito vasodilatador e por isso ocorre o aumento do aporte de oxigênio e nutrientes.
Estudos publicados na última terça-feira, 11 de agosto de 2015, no periódico científico Nature Communications, indicaram que o Ômega 3 também pode ser eficaz na prevenção de transtornos psicóticos e psiquiátricos, especialmente entre jovens. Pesquisas anteriores já haviam mostrado que pacientes com esquizofrenia, mesmo moderada, apresentavam níveis reduzidos de ácidos graxos – especificamente, ômega 3 e 6 – em suas células.
Pessoas portadoras de depressão também possuem níveis baixos de ômega 3 o que pode ocasionar a diminuição do número de funções de neurotransmissores e receptores. A ingestão de ômega melhora a fluidez das membranas que encapam as células nervosas e aumentam a produção de diversos neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina, melhorando assim o humor e o bem-estar.
Trombose Venosa Profunda.
A trombose venosa profunda consiste na obstrução total de uma veia troncular pela formação de um coágulo. Pode afetar qualquer parte do corpo, porém a mais famosa é a que ocorre nos membros inferiores. Aproximadamente 60% dos casos são em mulheres jovens, entre os 20 e 40 anos de idade. Essa é a faixa etária que as pessoas estão mais expostas aos fatores que desencadeiam o processo de trombose como gravidez, o uso de anticoncepcional ou hormônios, tabagismo, entre outros.
A terapia com Ômega 3 não cura a trombose já instalada, mas a ingestão diária da substância, além de diminuir a vasoconstrição e agregação plaquetária, possui ação anti-inflamatória e antitrombótica que ajuda a prevenir a doença.
Alimentação:
Onde encontrar Ômega 3.
Os ácidos graxos podem ser classificados em três tipos: saturado, monoinsaturado e poli-insaturado. O ômega 3 é uma gordura poli-insaturada. Ele representa uma família de ácidos graxos e os tipos mais frequentes e melhores para a saúde são: ácido alfa-linolênico, ácido eicosapentaenoico (EPA) e o ácido docosahexaenoica (DHA).
O EPA e o DHA são encontrados nos animais marinhos, especialmente os peixes (salmão, arenque, atum e sardinha), enquanto o ácido alfa-linoleico é de origem vegetal e pode ser convertido em DHA ou em EPA, é o caso da chia, linhaça, folhas verde-escuras, castanhas e nozes.
Suplementos.
A suplementação de ômega 3 traz inúmeros benefícios para a saúde. A indicação para ingestão através de suplementação diária varia caso a caso. A dose recomendada é de 0,5 a 1 % da ingestão total de calorias ingeridas na dieta. Por exemplo, para uma dieta de 2000 Kcal, um grama de Ômega 3 para manutenção da saúde. Se esta pessoa apresentar colesterol elevado, por exemplo, devem ser suplementados entre dois e três gramas diariamente. Esta dosagem também é válida para praticantes de atividade física de alta intensidade com o objetivo de minimizar a produção de radicais livres.
Procure um médico antes de associar à dieta qualquer substância através de suplementação. Os riscos e benefícios devem ser avaliados por um profissional a fim de evitar danos à saúde.
Fontes:
– O Globo – http://goo.gl/vyXfvz
– Grupo Endeavor – http://goo.gl/o604Ji
– UOL Saúde – http://goo.gl/qTdL3W