Fora as alterações mais óbvias na rotina de skincare, por conta do calor constante, sempre surge uma dúvida importante: é possível aplicar ácidos sem causar danos à pele durante a estação?
Durante o verão, o nécessaire muda. Saem os produtos mais pesados e cremosos e entram os séruns fluidos, hidratantes em gel e águas termais. Fora as alterações mais óbvias, por conta do calor constante, sempre surge uma dúvida importante: é possível aplicar ácidos sem causar danos à pele durante a estação? A resposta é sim! Mas depende da composição de cada produto. Os grupos de ácidos têm objetivos diferente que, em geral, são atingidos por meio da renovação celular. Em alguns casos, a esfoliação química é mais intensa e deixa o rosto mais sensível e propenso a irritações e queimaduras quando exposto ao sol. Nessas situações, é importante que o uso seja suspenso durante o verão. Porém, existem alguns ácidos que são mais suaves e tolerados pela pele, que não causam tanta irritação e não são fotossensíveis.
“Alguns são importantes para manter os resultados antirrugas e antiacne, como o azelaico e o glicólico”, diz a dermatologista Larissa Oliveira, da clínica Les Peaux. Porém, a médica ressalta que a indicação e a dosagem devem ser feitas por um dermatologista, assim como a orientação do modo de uso. A especialista ainda reforça a importância do uso do protetor solar, que deve ser diário, com FPS 50. A dermatologista destacou seis ácidos que têm sinal verde para serem adotados na rotina de skincare durante a estação.
“É um ácido com função clareadora e seborreguladora, no tratamento da acne e também da rosácea. Encontrado no trigo, o ácido pode ser usado também por gestantes no controle do melasma porque exerce a mesma função do ácido Kójico de inibir a tirosinase e clarear a pele”, diz.
O ácido glicólico tem efeito esfoliativo e clareador na pele, muito indicado no tratamento de manchas, cicatrizes e estrias. Além disso, atua nas camadas mais profundas da pele estimulando o colágeno, dando sustentação e firmeza ao rosto. Não deve ser utilizado por quem possui alergia. Presente nas folhas e sementes de muitas plantas, especialmente nos farelos de milho e arroz, esse ácido fornece hidrogênio para a neutralização dos radicais livres, sendo um potente antioxidante. “Aliado à Vitamina C, ou ácido ascórbico, trata o envelhecimento e principalmente as manchas”, indica.
“Considerado um clareador importante por ter uso permitido durante o Verão e também na gestação, o ácido Kójico inibe a ação da tirosinase (enzima responsável pela produção de pigmento) promovendo a diminuição da formação de melanina e melasma, comum em mulheres grávidas, além de contribuir para o clareamento da pele”, explica.
A famosa Vitamina C, o Ácido L-Ascórbico é um poderoso antioxidante, cuja aplicação tópica permite alcançar níveis que não seriam possíveis com a ingestão de frutas ou de suplementação oral de vitamina C. “Além disso, é responsável por frear a ação dos radicais livres, estimular a formação de novo colágeno e ajuda a proteger a pele dos efeitos do sol, na medida em que uniformiza o tom e melhora sua textura. Também é importante para diminuir as rugas e apresenta atividade imunoprotetora e clareadora”, complementa.
“Esse ácido é uma glicosaminoglicana e faz parte da matriz extracelular, onde ficam as fibras do colágeno e elastina. Com o passar dos anos, o ácido hialurônico diminui, reduzindo também a hidratação e elasticidade da pele. Então, quando existe falta de ácido hialurônico, há desidratação da pele, tendência à flacidez, rugas, sulcos e perda de luminosidade”, explica.
A médica ainda ressalta que “o ativo também possui ação preenchedora, pois potencializa as células da pele a produzir ácido hialurônico e, dessa forma, preencher as rugas naturalmente, sendo também um excelente hidratante”.