Dezembro Laranja, mês de campanhas e prevenção contra o câncer de pele, chega para reforçar a atenção sobre o assunto às vésperas do verão. Proteger-se dos raios ultravioletas é mais do que nunca necessário. Mas você sabe escolher o filtro solar certo para o seu tipo de pele? São tantas as marcas, preços e modelos disponíveis que, às vezes, podem confundir. Para descomplicar, o dermatologista Igor Manhães, que dá expediente nas clínicas Horaios (SP) e Les Peaux (RJ), dá dicas de como selecionar o protetor correto.
“Se você acha que um filtro com Fator de Proteção Solar (FPS) 100 é muito superior a um 30 em níveis de proteção, pense diferente. Na verdade, o FPS define a quantidade de vezes que alguém pode se expor ao sol antes de sua pele sofrer danos. Em termos de bloqueio dos raios UV, os filtros não têm tanta variação de eficácia mesmo com altos FPS”, orienta o médico.
Como explicado, o FPS define a exposição ao sol. Por exemplo: se uma pessoa leva 5 minutos para se queimar no sol, ela levaria 30 vezes esse tempo usando um filtro 30, chegando a hora de reaplicar. Sendo assim, um filtro com proteção maior favorece mais tempo no sol, mas vale lembrar que fatores como suor e mergulhos retiram a camada protetora, necessitando uma reaplicação. “Sempre lembrando que o tempo prévio de aplicação é de 30 minutos antes de ir ao sol, com uma reaplicação após duas horas. Já para quem pratica esportes, existem boas opções no mercado em bastão. Eles são práticos, cabem em qualquer bolso e fáceis de reaplicar”, diz Manhães.
Além dos fatores de proteção, os filtros podem ser físicos ou químicos. Os físicos são compostos por substâncias que objetivamente bloqueiam a passagem do raios ultravioletas, enquanto os químicos promovem uma reação química que dissolve os raios, impedindo seus danos à pele. “Importante que seu filtro seja composto por associações desses dois fatores e que garantam uma proteção combinada eficiente”, aconselha o dermatologista.
Assim, os filtros com tonalizante acabam sendo melhores do que os incolores. “Eles promovem uma forma de bloqueio físico porque interrompem a incidência da luz visível”, explica Manhães, lembrando que os homens não gostam muito dos filtros com cor, dando preferência aos incolores.
O importante é lembrar que todos precisam usar um filtro adequado para sua pele. “Na dermatologia, os tipos de pele têm uma escala definida pela quantidade de melanina de cada um. Variam de 1-6 de Fitzpatrick, indo da mais clara a mais escura. Todas precisam de proteção! O melanoma, pior tipo de câncer de pele, também aparece em negros”, diz.
O câncer de pele, apesar de ser o mais grave, não é o único problema causado pela luz do sol. O melasma é um dos tipos de problemas causados pela exposição à luz que se torna cada vez mais comum hoje em dia e que angústia homens e mulheres. “Quem tem melasma também precisa de um bloqueio com cor nos filtros, que pode até ser com maquiagem. Existem estudos que mostram que a luz visível a qual nossa pele está exposta até dentro de casa pode piorar as manchas do melasma no rosto. Então o ideal seria proteção com filtro em todo corpo até em ambientes fechados”, prescreve.
E a quantidade? Você usa realmente uma quantidade suficiente que lhe protege? Em termos técnicos, precisa-se de 2 gramas para cada centímetro quadrado de pele. Na prática, uma colher de chá no rosto, duas para cada lado do tronco, e uma para cada membro. “Dispomos de muitas opções em níveis de oleosidade diferentes, múltiplas tonalidades e cosmética variada. Algumas opções podem ser sugeridas pelo seu dermato, mas cada paciente vai identificar o que vai se adaptar melhor e isso não tem relação direta com marca e preço”, finaliza o dermatologista.
Fonte: RG