Dos 20 aos 60 anos, especialistas explicam as transformações da pele e como cuidar dela em cada momento
Os primeiros sinais de envelhecimento são percebidos na pele ao redor dos olhos e nas olheiras. Depois, a pele vai perdendo oleosidade e fica mais seca, evidenciando mais as rugas e linhas de expressão. Ela também perde brilho e elasticidade. Os poros ficam mais dilatados e começam a surgir manchas. Nossa pele vai mudando discretamente com o passar do tempo e demanda mais cuidado e hidratação.
“A partir dos 30 anos, vamos perdendo cerca de 1% de colágeno ao ano”, explica o dermatologista Daniel Coimbra. Ele indica o filtro solar em todas as fases e, a partir dos 20, já recomenda usar produtos para melhora da flora bacteriana da pele, ou seja, probióticos. Também é importante já investir na hidratação, com antioxidantes ou produtos que melhorem a textura, como ácido salicílico, derivados dos ácidos retinóicos em concentrações mais baixas e a própria vitamina C.
“Precisamos hidratar um pouco mais a pele a partir dos 30 e seguir com o uso de produtos antioxidantes e antissinais”, destaca o dermatologista. O que muda nessa faixa etária em termos de cuidados é que recomenda-se aumentar a concentração de alguns ácidos, associar o uso de substâncias que clareiam a pele junto com outras substâncias de tratamento, usar ácido glicólico e ácido retinóico. O uso desses produtos estará presente na rotina de cuidado com a pele em todas as próximas décadas de vida.
A dermatologista Luciana Garbelini, parceira Souvie, recomenda a combinação das principais categorias de ativos: antioxidantes, estimuladores de ‘turn over’ celular e hidratantes nutritivos. Quanto aos procedimentos estéticos, sua indicação são os laser ablativos para estímulo de colágeno e melhora de textura. Já os preenchedores de ácido hialurônico e bioestimuladores podem ser indicados em alguns casos. O ideal é criar uma espécie de banco de reserva de colágeno, que irá atuar ao longo dos anos, desacelerando o envelhecimento da pele.
Daniel acredita que os preenchedores podem ser usados a partir dos 30 anos em pequenas quantidades: “A cada década a tendência é a gente precisar utilizar mais preenchedor pela perda óssea e de gordura ao longo dos anos”, explica. Os tratamentos com laser ele indica só a partir dos 40. Os procedimentos em cada fase podem ser parecidos, mas a principal diferença está “nas quantidades de produtos, na energia que é utilizada na máquina, ou então no número de disparos”, explica o médico.
Luciana Garbelini divide as mudanças da pele em quatro fases:
A partir dos 25: perda de antioxidantes naturais
Embora os sinais sejam praticamente imperceptíveis, é a partir dessa idade que a pele começa o seu processo de envelhecimento. Os radicais livres, que se formam no organismo através de agentes externos como a poluição, fumo de cigarro e radiação ultravioleta, danificam a saúde das células, o que na pele se traduz em falta de luminosidade, ressecamento, manchas e até rugas. O corpo combate essas moléculas instáveis através de antioxidantes naturais. No entanto, com a idade eles vão perdendo a sua eficácia. Assim, além de redobrar o cuidado com a proteção solar, é essencial inserir cosméticos enriquecidos com vitaminas E e A, antioxidantes poderosos, na rotina de beleza.
Depois dos 35: metabolismo celular mais lento
A partir dos 35 anos, o metabolismo das células realmente começa a decair e fica mais lento para reparar danos. Nessa fase, ainda é importante prevenir e combater os malefícios cutâneos antes que eles apareçam, por isso os antioxidantes continuam sendo essenciais. A vitamina B3 é outra grande aliada da pele a partir dos 35, já que turbina o metabolismo celular e ajuda a reforçar a defesa contra os agentes externos, deixando a pele mais resistente e impermeável.
Aos 45: sustentação da barreira da pele comprometida
A partir dos 45, é comum a pele começar a ficar muito mais fina, devido a uma perda de volume na sua barreira natural. A produção das fibras de colágeno e elastina também diminui e tudo isso influencia na sustentação da cútis, deixando-a com aparência mais flácida e com o contorno facial menos definido. Assim, além de investir em um hidratante noturno enriquecido com retinol, que estimula a produção dessas fibras, vale optar por um creme de dia, visando melhora da elasticidade da pele.
A partir dos 55: todos os processos
Dos 55 anos em diante, a textura da pele começa realmente a se modificar. Todos os processos de envelhecimento descritos estão presentes e de forma ainda mais intensa. Nessa fase, é preciso redobrar a hidratação. Agentes firmadores ajudam a conter a flacidez, enquanto a vitamina B3, e o retinol, continuam sendo indispensáveis para combater e reparar os sinais do envelhecimento cutâneo.
Fonte: Caderno Ela – O Globo