Doença é mais comum em pessoas jovens entre os 20 e 40 anos de idade.
A trombose venosa, por definição, é a presença de um coágulo dentro de uma veia. Pode ser superficial, quando o coágulo está em uma veia no subcutâneo (embaixo da pele) ou profunda quando a veia acometida está no meio dos músculos das pernas ou dentro da barriga. O local profundo mais acometido são as pernas e o superficial os braços. Estima-se que cerca de 180.000 novos casos de trombose venosa surgem no Brasil a cada ano.
De repente, a perna fica quente, inchada, rígida e dolorida, e a pessoa não consegue andar ou realizar suas tarefas rotineiras. Essas são algumas das manifestações da trombose venosa profunda, terceira doença cardiovascular mais frequente no mundo. Com alta taxa de mortalidade, o problema compromete significativamente a qualidade de vida, sendo que grande parte das pessoas que desenvolvem a doença é formada por jovens.
Entre 50% a 60% dos casos atendidos em todo mundo são de pacientes jovens, principalmente mulheres entre 20 e 40 anos de idade. Essas são as faixas etárias que as pessoas estão mais expostas aos fatores que desencadeiam o processo de trombose, como a gravidez, o uso de anticoncepcional ou hormônios, tabagismo, acidentes, traumas físicos, cirurgias, longas viagens de avião, entre outros. Estatísticas indicam que as mulheres são as mais afetadas pela doença, mas não é raro que ocorra também com frequência entre os homens.
Qualidade de vida
A TVP compromete significativamente a qualidade de vida. A dor no local impede que a pessoa exerça suas atividades diárias e requer longos períodos de repouso. Além disso, se não tratada adequadamente, pode-se desenvolver úlcera na perna que causam dores fortes e muito desconforto, principalmente na convivência profissional, pois geralmente essas lesões eliminam secreção que muitas vezes exala odores muito particulares.
Riscos
Na fase inicial da TVP, ocorre um processo inflamatório nas regiões próximas, o que causa dor, inchaço, mudança da coloração da pele, aumento da temperatura e endurecimento dos músculos próximos ao local da trombose. No entanto, em cerca de 50% dos casos, pequenos coágulos se instalam na veia, principalmente na panturrilha, sem provocar dores e pode passar despercebido. Este é o momento mais perigoso de todo o processo e oferece grande risco de morte, já que a pessoa continua sua vida normalmente, o que favorece o desprendimento desses trombos que migram para dentro do pulmão, caracterizando o quadro clínico de embolia pulmonar – responsável por 15% dos casos de mortes súbitas no Brasil. Os primeiro sintoma são dores no peito ao respirar ou mesmo falta de ar.
Trombos grandes podem afetar mais de uma artéria pulmonar e causar dor torácica de início repentino ou que vai aumentando de intensidade, além de falta de ar, aceleração dos batimentos cardíacos e da respiração, palidez e ansiedade. Pele e unhas azuladas, tosse seca ou com sangue, dor aguda no peito e febre podem ser sinais de oclusão de uma ou mais artérias do pulmão e de infarto pulmonar.
Além disso, pessoas que tiveram Trombose Venosa na perna que não foi tratada adequadamente podem desenvolver Síndrome Pós-Trombótica (SPT). Essa síndrome ocorre quando não existe a recanalização natural das veias lesadas porque os coágulos permaneceram lá sem serem dissolvidos pelo próprio organismo ou porque os trombos permaneceram no interior das veias sem serem retirados a tempo.
Tratamento
O tratamento convencional é feito com repouso na cama, medicamentos anticoagulantes e meias elásticas para interromper o processo de formação de novos coágulos dentro das veias. Mas mesmo assim, um grande número de pessoas continua com qualidade de vida limitada porque os trombos formados antes do início do tratamento continuam depositados no mesmo lugar.
O tratamento mais recente para a doença é a revascularização endovascular, que reconstrói as veias lesadas. Nessa técnica, são utilizados cateteres que injetam uma medicação que dissolve os coágulos, e assim as veias são recuperadas e o sangue volta a circular normalmente. Nos casos de tromboses mais antigas, onde os coágulos foram transformados em cicatrizes dentro das veias, pode existir a necessidade de abrir as veias com cateteres ou balões – as chamadas angioplastias – e às vezes até a colocação de próteses metálicas que manterão as veias abertas – conhecidos como stents. Uma vez realizado o procedimento, não será mais necessário o uso de meias de compressão, apenas os anticoagulantes serão mantidos de forma a prevenir novos trombos.
Mudança no estilo de vida
Para prevenir a doença é preciso em primeiro lugar melhorar o estilo de vida. E para isso a prática frequente de exercícios e a alimentação balanceada são fundamentais. Além disso, é preciso manter o peso dentro dos limites saudáveis, não fumar e restringir o consumo de bebidas alcoólicas. Pessoas com predisposição a desenvolver TVP precisam buscar se movimentar logo após longos períodos de imobilização (como viagens de avião, por exemplo), depois de cirurgias e quando tiverem necessidade de permanecer em repouso por muito tempo.
Fontes:
– Revista Brasileira de Cardiologia – http://goo.gl/DnZB5r
– UOL Ciência e Saúde – http://goo.gl/1DywhJ
– Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SP) – http://goo.gl/dJnBhi