Daniela Pessoa
Criador de método de preenchimento facial e corporal, o médico Daniel Coimbra conquista os famosos.
Com uma pele de dar inveja a artistas de cinema, o cabelo impecavelmente aparado e um visual lapidado com grifes como Ferragamo e Gucci, o dermatologista Daniel Coimbra, de 36 anos, desponta como um dos médicos queridinhos das celebridades. Basta marcar uma hora em sua clínica, em Ipanema, para assistir ao entra e sai de famosos como os atores Cauã Reymond, Marina Ruy Barbosa, Cleo Pires, entre tantos outros. É ali que ele passa cerca de doze horas atendendo até vinte pessoas por dia. Sua especialidade: uma técnica de preenchimento própria, já publicada em uma série de revistas científicas internacionais. “Dou aula para médicos no mundo inteiro, mas não há como ninguém me copiar. É um método único”, explica. “Os alunos vão fazer trabalhos muito bonitos, mas nunca será a mesma coisa”. compara o especialista, atualmente o maior aplicador de preenchedores na América Latina.
O sucesso do Jovem doutor, formado pela Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, com especialização na UniRio e mestrado pela Fiocruz, deu-se através de uma substância conhecida como ácido hialurônico. Trata-se de um elemento químico natural do corpo que vai sendo perdido à medida que a idade avança, deixando sulcos, rugas e depressões na pele.
Com o produto, Coimbra criou uma técnica de preenchimento 3D em que não trata apenas uma linha de expressão específica, mas foca o conjunto. “O que deixa a pessoa bonita não é a ausência de rugas, mas um contorno harmônico”, explica. Fã do cirurgião plástico Ivo Pitanguy, Coimbra não faz cortes nem deixa cicatrizes, valendo-se de finas agulhas para injetar a substância. Nos homens, ele pode até mesmo definir o tórax, como solicitou um artista que precisava aparecer com o peitoral sarado na televisão. Mas foi Cleo Pires a protagonista da principal polêmica na carreira do médico. Quando estava no ar na novela Salve Jorge (2012), uma enxurrada de críticas davam cabo do semblante plastificado da atriz, com a boca exageradamente grande. Coimbra rebate: “A Cleo estava usando um aparelho ortodôntico. Quem fez os lábios dela foi a Glória Pires, eu nunca mexi neles”. A apresentadora de TV Glenda Kowslowski, outra paciente, afirma: “Não adianta levar a foto de alguém e dizer que quer aquela boca, aquele olho. Ele se recusa a criar uma característica que você nunca teve”.
É bom frisar: a intervenção dura cerca de dois anos, e custa caro. Uma única sessão, de em média dez minutos, sai por a partir de 1700 reais. Agora o pulo do gato: na Santa Casa de Misericórdia, no Centro, onde o dermatologista dá aula, ele oferece os mesmos serviços a preços mais em conta. Lá, os procedimentos custam em média 30% menos, e são feitos pelos residentes, mas sempre sob a supervisão do craque do ácido.
Fonte:
Revista Veja Rio – 13 de abril de 2016 | Ano 49 – Nº 15.