Dermatologista Larissa Oliveira também lista os perigos de se fazer o alisamento com produtos não registrados e autorizados pela Anvisa
Há mais de dez anos, a escova progressiva – técnica de alisamento e redução do volume dos cabelos – conquistou as brasileiras que preferem manter seus cabelos lisos. O procedimento feito com formol cruzou fronteiras e o método brasileiro, conhecido por nomes como Brazilian Hair Straightening, Brazilian Blowout, Keratin Treatment e outros, faz sucesso e é oferecido em salões dos Estados Unidos, Europa e Oriente Médio. Muitas celebridades já aderiram às escovas progressivas e sofreram muito com a queda capilar. Entre elas estão Keira Knightley, Jennifer Aniston, Lindsay Lohan e Naomi Campbell.
Quem conversou com a dermatologista Larissa Oliveira, da Clínica Les Peaux, na Zona Sul do Rio, sobre a relação entre alisamento e queda capilar. “Apesar de o uso de formol como alisante de cabelos estar proibido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde 2009, muitos salões utilizam o químico em escovas conhecidas como botox capilar, escova de aminoácidos, ácido glioxílico, cisteína ou carbocisteína, dentre outros nomes que, apesar de não conter o termo formol ou formaldeído em sua composição, possuem substâncias precursoras de formol que são liberadas quando os cabelos são aquecidos com chapinha”, explica a médica.
Segundo Larissa, o formol é prejudicial à saúde de várias formas e pode provocar irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do couro cabeludo, ardência e lacrimejamento dos olhos. “Também pode causar alergias, queda de cabelo ou piora da alopécia já existente e até mesmo câncer nas vias aéreas superiores (nariz, faringe, laringe, traqueia e brônquios). Além das dermatites (vermelhidão, coceira e descamação) no couro cabeludo, as escovas progressivas reduzem ainda a massa proteica (o córtex da haste capilar perde queratina) dos fios, deixando-os mais frágeis e mais propensos à quebra. Nos pacientes que já têm alopécia, esses fios ficam mais propensos à queda, agravando o quadro prévio”, destaca.
A médica explica, porém, que não é necessário deixar de lado o alisamento. Só é preciso se informar bastante a respeito dos produtos utilizados pelos profissionais antes de fazer uma progressiva. “Produtos para alisamento registrados e autorizados pela Anvisa não trazem perigo à saúde. Os registros que certificam as escovas progressivas pela Anvisa devem conter entre 9 e 13 dígitos e se iniciam pelo dígito 2. No entanto, é indicado obter mais informações sobre os componentes do produto, de forma a evitar alergias e outras reações que podem variar de pessoa para pessoa”, sugere.
DIFERENTES TIPOS DE QUEDA
De acordo com a médica, a queda capilar é um termo genérico. “Precisamos antes de tratar, definir o padrão da queda: é alopécia androgenética/calvície? Quebra por conta de corte químico? Existe algum outro tipo de queda autoimune ou provocada por alteração nutricional ou hormonal? Após definição do diagnóstico pelo dermatologista com especialização em tricologia, prepara-se um protocolo individualizado que inclui medicações orais e tópicas e ainda procedimentos de consultório quando necessários”, esclarece.
Das alternativas que auxiliam no tratamento no consultório, o MMP (Microinfusão de medicamentos na pele através de microperfurações no couro cabeludo) e a Laserterapia (utilização de LED e lasers de baixa potência) estão entre os procedimentos que apresentam mais resultado. “A maioria das alopécias tem tratamento clínico, associando medicações orais, tônicos capilares efetivos, cuidados com a saúde dos fios e procedimentos de consultório. Mas quadros mais avançados de calvície, feminina e masculina, demandam abordagem cirúrgica (transplante capilar). O transplante capilar é reservado aos casos em que já não conseguimos recuperar a saúde dos folículos com tratamento conservador (clínico). Técnicas variadas já estão disponíveis no Brasil, que variam de acordo com a extração de unidades foliculares. O Brasil já é inclusive referência mundial em transplante capilar”, afirma Larissa.
Fonte: Revista Quem
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