Nos meses de calor, as queimaduras não são o único dano causado à pele pelo excesso de exposição ao sol. Pessoas que contraíram o vírus do herpes em algum momento da vida estão propensas a conviver com as lesões causadas por essa doença infectocontagiosa, que tem mais prevalência nesta época do ano.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, cerca de 90% da população brasileira já entrou em contato com vírus do herpes, o Herpes Simplex Virus (HSV), embora a maioria ainda não tenha desenvolvido a doença.
No verão, devido à exposição excessiva ao sol, pessoas com histórico de Herpes Simples tendem a manifestar as lesões em função da redução da eficiência do sistema imunológico provocados pela radiação UV.
Quando a pele é exposta à radiação ultravioleta, uma complexa cascata de eventos se inicia, e termina com a inibição do funcionamento do sistema imunológico, também chamada de supressão imunológica.
Essas alterações podem ter uma duração curta, de apenas alguns dias, entretanto com as exposições repetidas à radiação ultravioleta, elas poderão se tornar mais duradouras.
“A luz do sol, de forma moderada, é fundamental para a manutenção da vida humana, mas em excesso, o sol pode ser catastrófico, ainda mais quando pensamos nas complicações provocadas pelo câncer de pele”, alerta a dermatologista Marcella Alves sobre outros efeitos nocivos dos raios UV.
O herpes pode aparecer em qualquer região no corpo, mas é pelos lábios e por regiões do rosto que as temidas feridas preferem se instalar, permanecendo ali de 7 a 10 dias. As lesões também podem surgir na região genital, situação na qual passam a ser classificadas como uma doença sexualmente transmissível (DST).
“O contágio pelo vírus HSV geralmente ocorre por contato direto, como beijo ou pelo compartilhamento de utensílios como copos e talheres, por exemplo. Quando a lesão está exposta, ferida aberta, as chances de transmissão são ainda maiores”, ressalta Marcella.
Tratamento precoce
Um fato importante e muitas vezes desconhecido pelas pessoas é que existem dois subtipos do vírus do herpes, o HSV1, principal agente de lesões nos lábios e rosto, e o HSV2, responsável pelas feridas na região genital.
Os sintomas começam com uma coceira seguida muitas vezes de ardência e dor. A área comprometida pela doença costuma ficar vermelha no início, com pequenas bolhas de água. A ferida se desenvolve rapidamente e pode, inclusive, resultar em uma lesão maior, principalmente se os primeiros sintomas não forem aliviados com medicação — portanto, é fundamental buscar a ajuda de um dermatologista, reconhecido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, para o início imediato do tratamento.
De acordo com especialistas, um comprimido antiviral, por exemplo, costuma ser eficaz para reduzir o desconforto ou o tamanho da lesão nas primeiras 48h. Mesmo com eficiência pouco comprovada, o tratamento em forma de pomada também pode ser útil para aliviar os sintomas. Além disso, uma boa notícia para as pessoas que têm herpes recorrente — mais de quatro vezes por ano, principalmente no verão — é o tratamento profilático. A terapia consiste em inibir a manifestação do vírus durante o período em que a medicação é tomada.
“O vírus do herpes não tem cura. Quando é adquirido, fica instalado no organismo do indivíduo para sempre, podendo se manifestar ou não”, finaliza a dermatologista.
Fonte:
Zero Hora – http://goo.gl/NhvfGb
Programa Sol Amigo – http://www.solamigo.org/supressao-imunologica/