O procedimento garante perda de medidas nas áreas em que nem o exercício físico e nem as dietas conseguem chegar
Existem práticas que nasceram de pequenas observações e situações cotidianas que, às vezes, nem damos importância. Em uma delas, cientistas de Harvard observaram que, ao consumir picolé frequentemente (ou outros alimentos congelados), as pessoas sofriam redução dos lábios. O resultado foi a criação da criolipólise, técnica que elimina definitivamente a gordura localizada por meio do congelamento das células. “A gordura é composta por 70% de água, por isso, ela congela mais do que está em volta dela”, detalha Daniel Coimbra, coordenador do departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). E depois que ela é congelada, o organismo não entende que a gordura faz parte do corpo e a expele. “Quando você emagrece, esvaziam-se células de gordura e, quando engorda, você incha as células, mas a quantidade de gordura é a mesma. Na criolipólise, você mata e reduz o número dessa célula”, explica Claudio Wulkan, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD-SP). Após o procedimento, que acaba com cerca de 20 a 30% da gordura, espera-se de 2 a 3 meses para observar os resultados completos.
Procedimento seguro
A técnica é feita com a ajuda de uma máquina; nela é acoplada uma ponteira, que varia de tamanho de acordo com a área em que será feito o procedimento. Como é indicada para eliminar gordura localizada, que não desaparece apenas com dieta e exercícios, os principais locais em que é realizada são regiões do abdome, coxas, flancos e costas. “Se o tratamento for realizado adequadamente, o paciente terá bons resultados em qualquer região que tenha sido submetida à criolipólise”, conta Ana Carolina Sumam, dermatologista (RJ). Hoje, até quem não gosta do queixo duplo ou gorduras acima do joelho pode se beneficiar. No geral, é um procedimento seguro e sem muitas restrições, mas deve-se ficar atento nos casos de “pessoas com muita sensibilidade ao frio, hérnias no local da aplicação, infecções na pele, gestantes ou aqueles que passaram por cirurgia recentemente”, como destaca a dermatologista Christiane Gonzaga (RJ), especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Desconfortável nos primeiros minutos, o procedimento fica menos incômodo depois que a pele, já sob o efeito do congelamento, fica anestesiada. Os riscos são raros, mas podem aparecer manchas por causa da sucção, queimaduras, dor, nódulos e aumento paradoxal da gordura (mais raro ainda, ao invés de reduzir, a gordura, ela é aumentada).
Desconfie sempre de preços muito baixos. Feita em locais inapropriados ou com máquinas falsificadas, a técnica pode trazer riscos.
E depois, o que esperar?
Por ser uma técnica sem necessidade de anestesia ou muitos cuidados, não há um pós-operatório e é possível retomar as atividades logo após realizar uma sessão. Mesmo que a gordura tenha saído definitivamente, e sem necessidade de manutenção, não quer dizer que não deva ter cuidados como fazer exercícios regularmente e ter uma dieta adequada. Os preços podem variar muito, chegando a custar até R$ 2 mil a sessão. Preste muita atenção no local em que realizará o procedimento, se o aparelho está de acordo com a regulação e se não é falsificado, se a manutenção está em dia e se o profissional é capacitado para operar a máquina, já que há riscos de queimaduras.
COMO ACONTECE A PERDA DA GORDURA
Entenda a ação da criolipólise nas células para que ocorra a eliminação da gordura não desejada:
– O procedimento elimina cerca de 30% de gordura localizada, ou seja, que nem dieta e exercícios conseguem resolver.
– O aparelho congela a gordura entre -5° C e -10° C. Por terem mais água, essas células congelam e o resto do corpo não.
– O corpo entende que essas células estão mortas e demora até três meses para que a parte congelada seja eliminada.
– A criolipólise não precisa de manutenção, mas falta de dieta e exercícios pode fazer com que o resultado não dure.
Texto Larissa Maruyama
Fontes:
www.revistavivasaude.com.br