Os bioestimuladores são os mais novos aliados das clínicas de dermatologia e conquistam o mercado estético com o fortalecimento da pele
Por Igor Magalhães, dermatologista.
Todo mundo quer uma pele melhor, com mais firmeza e com o aspecto jovial. Para isso, os bioestimuladores de colágeno são os novos queridinhos do momento.
Como o próprio nome indica, eles são produtos que injetados na pele estimulam o aumento de células (fibroblastos) que produzem o colágeno, dando maior sustentação à pele. São biocompatíveis – não agridem o corpo – e bioabsorvíveis, sendo absorvidos sem danificar o organismo. Atualmente, existem no mercado quatro tipos principais: o Sculptra (ácido poliláctico), o Radiesse (hidroxiapatita de cálcio), o Harmonyca (ácido hialurônico e hidroxiapatita de cálcio) e o Ellansé (coprolactona). Suas ações são parecidas e indicações também, dependendo da experiência e preferência do profissional. Eles visivelmente promovem melhora da qualidade da pele e redução da flacidez onde são aplicados.
É importante destacar que a ação é localizada, funcionando somente onde são aplicados e são dose dependentes.
Ou seja, dependendo do resultado que se almeja, uma quantidade maior de produto deve ser aplicada nas sessões. E o resultado não é imediato. Como o produto vai estimular o organismo a produzir colágeno, o início dos resultados se mostra a partir de três semanas, com efeito máximo em três meses. Os protocolos de corpo normalmente são divididos em três sessões e variam as quantidades de frascos/ampolas, então o tratamento terá resultado inicial no primeiro mês e final no sexto mês.
A indicação para seu uso é em todo paciente que queira reduzir a flacidez. E não se restringe somente ao rosto. Podem ser usados em praticamente todo o corpo, mas as indicações mais precisas são face, abdome, pescoço, colo, glúteos e coxas. E seu uso não está apenas ligado ao envelhecimento da pele. Eles podem ser prescritos para atletas de alta performance que perdem muita gordura facial, ou para pessoas que emagreceram muito rapidamente.
Mas existem contraindicações para seu uso. Principalmente em pacientes com doenças autoimunes e áreas com infecção no momento das injeções. É importante também destacar que alguns pacientes apresentam reação alérgica ao produto e os bioestimuladores também não devem ser utilizados na região onde houve aplicação previa de PMMA (polimetilmetacrilato).
Além disso, como todo procedimento, se acompanhado de uma boa alimentação seu resultado é potencializado. É bom investir em alimentos ricos em Vitamina C como laranja, limão e mamão, além de outros que contêm colágeno como carnes, gelatinas, ovos e castanhas.
O uso de dermocosméticos também ajuda a incentivar a produção de colágeno. Procure produtos que contenham ativos como o retinol e alfa-hidroxiácidos.
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Dr. Igor Manhães é membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia com estágio realizado na Universidade de Yale sob supervisão da Prof. Jean Bolognia e dermatologista nas clínicas Horaios (SP) e Les Peaux (RJ).