Saiba o que fazer para reduzir cravos e espinhas – ou tratá-los da maneira certa quando pipocarem sem cerimônia.
Por Carolina Vaisman
Quem já foi surpreendido por alguma espinha bem visível no rosto justamente na véspera daquela festa esperada? Ou viu, durante a adolescência ou gravidez, pipocarem cravos e espinhas quase que na velocidade da luz? Pois é, muita gente. De acordo com uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) há pouco mais de um ano, a acne foi o principal motivo de consultas médicas dermatológicas. A acne acontece quando a produção de sebo e queratina na pele aumenta e acaba por obstruir o folículo piloso. Nesse primeiro estágio surgem os cravos, ou comedões. Quando eles são colonizados por bactérias e se dá a inflamação, a espinha aparece.
O surgimento da acne pode ter múltiplos fatores: desde alterações hormonais e genéticas à alimentação inadequada – como excesso de doces, açúcares e de leite – e uso de determinados medicamentos, entre outros. Para pessoas com tendência à acne, prevenir e tratar o problema requer compromisso. Mas isso não reduz a importância de manter bons hábitos no dia a dia, já que falhas na higiene podem colocar em risco o bem-estar da pele e ajudar na proliferação de bactérias. “Mexer no rosto sem lavar as mãos, por exemplo, pode levar uma grande quantidade de bactérias para a face”, explica a dermatologista Betina Stefanello, da SBD.
O uso de cremes oleosos e inadequados ao tipo de pele estimula a produção de sebo, assim como a limpeza excessiva dela pode provocar um efeito rebote e aumentar a produção sebácea. Evite também, esfregar a pele com muita força na hora da limpeza: isso pode fazer com que pequeno machucados surjam, podendo até facilitar a entrada de bactérias. Outra questão é a exposição ao sol, que quando em excesso, pode estimular o aparecimento da acne ao invés de combatê-la, como muitas pessoas acreditam. “Outro fator a se prestar a atenção é o próprio uso de produtos antiacne. Secativos sobre a espinha, por exemplo, podem causar um machucado e facilitar o surgimento de cicatriz”, afirma a dermatologista Aline Concato.
Desequilíbrios hormonais pioram a acne, assim como estresse, grande vilão contemporâneo. Quando estamos estressados, as glândulas suprarrenais aumentam a secreção de testosterona, que estimula a produção de oleosidade na pele. De acordo com especialistas, o tratamento médico da acne é importante tanto para eliminar as lesões, que incomodam muito, quanto para prevenir cicatrizes físicas e emocionais. “A melhora da aparência também é levada muito em conta, devido à preocupação estética de cada paciente”. diz Aline. É importante ressaltar que a acne é uma doença e deve ser tratada por um dermatologista. “Não se trata de acne com produtos comprados, aleatoriamente, por conta própria, nem em clínicas de estética sem dermatologistas. Muito menos com itens caseiros indicados por amigos e colegas”, alerta Betina.
Hábitos como manter uma alimentação saudável e beber bastante água ao longo do dia ajudam sempre de alguma forma o bem-estar da pele e do corpo.
A ingestão de água é fundamental para auxiliar na limpeza e eliminação de impurezas da pele e no controle do ressecamento, dificultando o surgimento de cravos e espinhas. No entanto, só isso não basta para curar ou prevenir a acne.
Muito se fala sobre alimentos que ajudam a desencadear a acne. É uma discussão antiga! Por muito tempo, acreditou-se que a acne e a dieta não apresentavam relação alguma. No entanto, novos estudos têm comprovado que alimentos com alto índice glicêmico e laticínios influenciam os níveis hormonais de um indivíduo – e isso poderia gerar as lesões na pele. “Acredita-se que o fato de os doces sem absorvidos rapidamente durante a ingestão influenciaria os níveis hormonais e desencadearia a produção excessiva de sebo. No caso do leite e seus derivados, o alimento em si já carrega hormônios tão similares – como testosterona e diidrotestosterona – que o nosso organismo se confunde com os próprios que tem”, explica Betina. A ingestão desses hormônios por humanos gera excesso das substâncias, se somadas a produção natural do organismo. Como resultado, a diidrotestosterona e a testosterona se ligam aos receptores das glândulas sebáceas e as fazem produzir ainda mais oleosidade.
É muito comum que adolescentes sejam o grupo mais afetado pelas acnes. Afinal, a puberdade desregula os níveis hormonais, especialmente a testosterona. Esses hormônios estimulam as glândulas da pele, que começam a produzir mais óleo (sebo). Porem crianças e adultos, com destaque especial para as grávidas, também podem ter acne.
Acne tem tratamento e pode apresentar grande melhora sem deixar cicatrizes. Antes de usar cremes, remédios via oral ou de se submeter a tratamentos por conta própria, procure um dermatologista e se informe sobre qual estratégia de combate aos cravos e espinhas é a mais adequada para você.
ROTINA SEM COMPLICAÇÕES
– Faça regularmente limpeza de pele com um esteticista especializado;
– Tome bastante água;
– Proteja a pele do sol excessivo;
– Com acompanhamento médico, escolha um produto adequado para o seu tipo de pele;
– Lave as mãos sempre antes de levá-las ao rosto;
-Não esfregue a pele com força e jamais esprema cravos e espinhas.
Fonte: Revista Drogaria Venâncio