Queda de cabelo: como efeitos da quarentena podem agravar o problema

REDAÇÃO MARIE CLAIRE | DO HOME OFFICE
25 JUL 2020 – 06H00 ATUALIZADO EM 25 JUL 2020 – 06H00

Imagem: Shutterstock

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Com o estresse e a ansiedade intensificados pela quarentena, as queixas de queda de cabelo aumentaram nos consultórios dos dermatologistas e não é à toa. “Quando estamos estressados o corpo libera substâncias inflamatórias e hormônios, que afetam os folículos pilosos e convertem fios da fase de crescimento para fase de queda de forma acentuada”, diz Viviane Coutinho, tricologista responsável pelos cuidados de famosas como Iza, no Rio de Janeiro.

Existem vários tipos de queda de cabelo relacionada às doenças ou condições crônicas como anemia ou doença da tireoide, além da alopecia androgenética. Mas um tipo pode estar diretamente ligado ao estresse que sofremos logo no começo da pandemia: o Eflúvio Telógeno. Segundo o Dr. Daniel Coimbra, dermatologista da clínica Les Peaux, no Rio de Janeiro, o fenômeno é um tipo de condição que se caracteriza pelo aumento da queda de fios do couro cabeludo. “Normalmente perdemos de 100 a 120 fios de cabelo por dia, durante o eflúvio essa queda aumenta para 200 a 300 fios”, explica.

De acordo com os especialistas, quando entramos no processo de eflúvio telógeno há uma alteração de fios que estavam na fase de crescimento e precocemente são transferidos para fase de queda. “Nesse momento se é gerado uma queda de características difusas, geralmente iniciada após 8 a 12 semanas, após o fator causal”, completa Viviane.

As causas

Quando falamos em queda de cabelo precisamos entender a pessoa como um todo. As principais causas são: deficiência nutricional, estresse, alterações hormonais, excesso de químicas, pós operatório entre outros. “É preciso entender que todos os nossos sistemas corporais estão interligados e que qualquer desequilíbrio pode gerar disfunções incluindo queda”, explica Viviane.

O estresse altera diversas coisas no corpo, entre elas alguns hormônios, como a taxa de cortisol, gerando maior inflamação. Então, o aumento do estresse, pode estar relacionado a mudança da fase dos fios, mudando da fase de crescimento para a fase de queda. Outro fator que pode alterar essa fase dos fios é a alimentação desregulada. “Muitas pessoas estão optando pelo consumo de ‘junk food’ ou aumentaram o consumo de carboidratos durante a quarentena, o que está diretamente ligado a alteração do cabelo, assim como a da pele”, diz Daniel.

Geralmente, sua causa está associada a algum evento que aconteceu de dois a três meses antes do início da queda. “Ele pode ser desencadeado por vários fatores, qualquer problema que desestabilize o corpo e que faça o metabolismo sair do estado normal pode alterar o ciclo de crescimento dos fios, aumentando os fios que irão cair, porém o aparecimento da queda acontece somente de dois a três meses após o acontecimento que desencadeou essa mudança de fase”, completa.

De acordo com os especialistas, o problema afeta tanto mulheres quanto homens, mas, as mulheres percebem com mais frequência pois, como o fio costuma ser mais comprido, a quantidade de cabelo perdido durante a lavagem ou na escovação parece maior. “Ainda no caso das mulheres, é normal que isso aconteça no pós-parto ou quando a pessoa tem uma dor de garganta, por exemplo. Mas um dos principais fatores que desestabilizam o corpo é o estresse, que tem acontecido com frequência durante a quarentena”, explica Viviane.

Quanto tempo dura o eflúvio telógeno?

De acordo com o dermatologista, a queda vai durar de três a quatro meses, logo após esse período a mulher vai notar fios mais finos e curtos aparecendo nas laterais do cabelo e além de fios arrepiados em cima, são os novos cabelos que estão nascendo. “Normalmente há uma aparente melhora no Eflúvio Telogéneo de um dia para o outro, já que ele é autolimitado, ou seja, tem uma duração predeterminada de três a quatro meses, caso não haja outra doença associada. Por isso não há muito o que fazer, a não ser esperar, pois, após o período acima vai parar”, diz.

Como cuidar dos fios novos

Uma boa maneira de entender, é equiparar os cabelos com as plantas: o nosso couro cabeludo é visto como solo, é preciso estar em equilíbrio para que os cabelos sejam mantidos em estado saudável. “Um solo intoxicado não interfere diretamente nas plantas? Assim é o couro para os fios. É essencial mantermos o couro cabeludo saudável para se obter o tão sonhado cabelo bonito e saudável”, exemplifica Viviane.

Entender que tipo de cosméticos é indicado para o seu caso é essencial para cuidar bem do couro cabeludo e, consequentemente, do cabelo. Para isso é preciso conhecer suas necessidades (couro oleoso, seco, descamativo etc.) e seguir alguns cuidados como a frequência de higienização ideal para seu tipo de cabelo, não usar água quente, beber bastante água para hidratação natural, não dormir nem os prender molhados.

Além da mudança de hábitos, já existem alguns produtos específicos para o couro cabeludo que prometem tratar os fios por completo – da raiz às pontas. “No caso do eflúvio telógeno, não há muito o que fazer, mas fazer uso dessas vitaminas ou outros produtos específicos pode ajudar a melhorar os fios que virão depois para que eles nasçam mais saudáveis”, alerta Daniel.

Fonte: Revista Marie Claire – Julho/2020

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