Manchas senis: a vilã não é a idade

As conhecidas “manchas senis”, que são aquelas manchas acastanhadas que surgem comumente na face, no dorso das mãos, nos antebraços e demais áreas expostas ao sol, não decorrem da idade cronológica em si. O acúmulo dos danos das radiações solares sobre as células responsáveis pela pigmentação da nossa pele (melanócitos) é a principal causa do seu aparecimento. Por isso mesmo, o seu nome mais correto é melanose solar.

Ao contrário do que muita gente pensa as manchas senis, ou melanose solar, não são causadas pela idade avançada, mas pelo acúmulo da radiação UV ao longo dos anos.

Ao contrário do que muita gente pensa as manchas senis, ou melanose solar, não são causadas pela idade avançada, mas pelo acúmulo da radiação UV ao longo dos anos.

De acordo com o grau de exposição solar, podemos estar com 30 anos de idade, mas termos a pele repleta dessas “manchas senis”, desde que tenhamos muita exposição ao sol e de forma desprotegida. Por outro lado, algumas pessoas com 60 ou 70 anos de idade podem ter “uma pele de pêssego”, porque utilizam diariamente os filtros solares nas áreas expostas e não se expõem ao sol frequentemente. Portanto, como a maior parte dos indicadores de uma pele envelhecida pelo tempo, as “manchas senis” na realidade, nada têm a ver com a passagem do tempo em si, mas sim, com o foto-envelhecimento, ou seja, com o envelhecimento precoce causado pela ação das radiações ultravioletas sobre a pele. E também, ao contrário do que conta outra crença popular, não existe qualquer associação entre as melanoses solares e as doenças hepáticas ou do fígado – outro mito sem nenhum apoio científico!

Para evitar estas indesejáveis “manchas senis”, devemos fazer uso contínuo e diário dos filtros solares, associado às medidas usuais de foto-proteção, tais como evitar os horários de pico das radiações ultravioletas (UV) – das 10 às 16h; usar luvas ao dirigir; usar óculos de sol, roupas com proteção UV e chapéus de abas largas. O uso dos cremes à base de Vitamina C, Retinol, Tretinoína, Alfa-hidroxiácidos (AHA) na nossa rotina de cuidados noturnos, também são muito importantes para o tratamento, bem como para a manutenção de uma pele saudável e bonita.

Se essas manchas já estão presentes, é possível tratá-las através de várias técnicas e tecnologias: desde os Peelings físicos, passando pelos Peelings Químicos ou até mesmo, vários tipos de Lasers ou a Luz Intensa Pulsada (LIP). Os cuidados de foto-proteção diária e o uso de princípios ativos clareadores devem ser mantidos, mesmo após a remoção das melanoses solares, sob pena delas voltarem, devido ao dano solar crônico, associado a uma maior predisposição genética – as pessoas de pele mais claras são as mais propensas a tê-las!

Como ponto fundamental, devemos ressaltar que nunca podemos nos esquecer de fazermos o diagnóstico diferencial dessas manchas com outras lesões cutâneas – malignas ou pré-malignas. Devemos excluir sempre a possibilidade de um Melanoma Maligno ou de um Nevo Atípico (pré-maligno) estarem simulando uma melanose solar.

Portanto, é imperativo que um dermatologista capacitado (SBD) faça o exame clínico dessas manchas e, se necessário, lançar mão da Dermatoscopia, com Fotofinder, ou mesmo, de uma biópsia, antes que qualquer tratamento estético seja realizado.

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